Jovens empresários: Nunca é cedo para empreender -

Cada vez mais cedo, jovens estão se lançando na aventura de administrar seus próprios negócios. A nova geração de empreendedores do Amazonas não teme desafios.

 

 

A empresária Janaína Chagas, 30 anos, sonhava desde a adolescência em ser dona do próprio negócio. Ela, que hoje comanda a Malbi Morada de Ideias, uma produtora especializada em mídias sociais, nunca se enquadrou na relação tradicional entre patrão e empregado.
Para alcançar seu objetivo, Janaína lançou mão de características próprias ao empreendedor de sucesso como foco e disciplina. Ela, mesmo antes de completar 18 anos, já juntava dinheiro para abrir a sua própria empresa. “Eu guardava tudo e aplicava em uma poupança. Se eu ganhasse R$ 1 mil por mês, guardava R$ 500. Deixei de viajar, de sair, mas valeu a pena. Tive experiências ruins no início, mas agora estou no caminho certo”, relatou.
Janaína está entre os milhares de jovens que se lançam, cada vez mais cedo na aventura de abrir seu próprio negócio, uma tendência que foi identificada em 2012 pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), instituto que acompanha o empreendedorismo em todo o mundo.
O administrador Salvio Rizzato, instrutor do Sebrae, percebeu essa tendência nas últimas turmas de Empretec - programa de desenvolvimento e capacitação empresarial executado pelo Sebrae. De acordo com ele, nos últimos dois anos, tem sido marcante nas turmas a presença de jovens com até 25 anos. “Muitos já são empresários que buscam aprimoramento”, conta.
Para Rizzato, uma das razões para o aumento da participação jovem no cenário empresarial é o fato de que a geração Y – pessoas que nasceram no final dos anos 1980, até meados da década de 1990 – está chegando ao mercado. “São jovens com valores diferentes, que buscam realização pessoal, autonomia financeira, não gostam de cumprir horários. É uma geração que cresceu com a Internet e cercada de informação e recursos tecnológicos”, explica.
É o caso de Aurélio Neto. O jovem de 25 anos que há sete já trilha os caminhos do empreendedorismo na área da construção civil, resolveu se aprimorar para tentar um novo negócio no ramo de alimentação.
Prestes a completar um ano, o Sandugão Sanduicheria é especializado em rodízio de cachorro-quente, um tipo de negócio inédito no Brasil.
A novidade, que garantiu a satisfação dos clientes que podem provar até 25 receitas diferentes, também rendeu ao jovem administrador um posto entre os dez empreendedores mais inovadores do ramo de alimentação do País, segundo a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, da editora Globo.
Hoje, dois outros brasileiros seguem a receita de sucesso de Aurélio e apostam no ramo. “Não dá para fazer sempre o mesmo. É preciso se capacitar e oferecer algo inteiramente novo”, ensinou.
Senso de oportunidade
O engenheiro ambiental Gustavo Feitoza, 33, é o mais novo franqueado da rede Fast Temaki em Manaus. A nova unidade da franquia de fast food foi inaugurada na cidade na última quarta-feira (13) com um toque de inovação. Gustavo conseguiu convencer os diretores da rede a autorizar a instalação de um bar com espaço para exibição de jogos de futebol e eventos de UFC no local.
Apesar de jovem, a nova loja não é o primeiro negócio de Gustavo, que também é proprietário de uma loja de conveniência. No caso da temakeria, Gustavo explica que o negócio surgiu por puro senso de oportunidade. “Não tinha uma temakeria boa aqui nessa área (Campos Elísios). É uma área bem carente de restaurantes e bares. UFC e jogos atraem muita gente. Além disso, por causa da lei seca, as pessoas preferem beber perto de suas casas”, detalha o empresário.
Pedras no caminho
Porém, o caminho da autonomia não é nada é fácil. É o que lembra a proprietária da Pizzaria La Vitesse, Michelle Togni de Almeida. Com 28 anos, a empresária que trouxe para Manaus a pizza “gigante” (com 32 fatias) também precisou de muito estudo e paciência para ver o negócio dos seus sonhos engrenar.
Recorrer ao Sebrae e a todo o tipo de orientação no início do negócio estão entre as dicas de Michele. “Quem é jovem, mas já sabe que deseja ser independente, precisa compensar a inexperiência com conhecimento. Fiz o curso de empreendedorismo do Sebrae e li tudo que estava a meu alcance sobre o assunto. Não basta só ter talento para empreender”, ressalta Michelle.
A empresária lembrou que o início exigiu coragem. “Eu tinha muita vontade de abrir um negócio e meu tio tinha vivido dez anos na suíça e voltou de lá conhecedor do ramo de pizzaria. Então, juntos, nós criamos coragem e fizemos o investimento. Como sou jovem e nunca tinha feito isso antes, enfrentei grandes desafios. Tudo foi novidade. Pensei até em desistir, mas fui em frente”.
Capacitar é preciso
Especialistas concordam que só vocação para os negócios e vontade de trabalhar não bastam para garantir o sucesso de empreendedores de qualquer idade. Capacitar-se para o gerenciamento do negócio é fundamental. O Empretec, programa executado pelo Sebrae é uma boa opção para quem busca esse aprimoramento. O método foi desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e já capacitou cerca de 190 mil pessoas em todo o País.
Outra opção para quem não tem muito tempo são os cursos livres de gestão da Fundação Getúlio Vargas (FGV). São cursos online ministrados por meio da plataforma digital da instituição. “Fiz o curso de gestão, que me abriu uma nova percepção em termos de gerenciamento”, diz o microempresário Almir Souza, 32.
fonte:http://acritica.uol.com.br/noticias/Manaus-Amazonas-Amazonia-Jovens-empresarioempreender_0_1194480565.html


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