Franquias em Forte expansão.

Com todos os indicadores no azul, redes comemoram crescimento e atração de novas marcas.




Não existe tempo feio para o franchising brasileiro. Desde o início do século XXI, o setor registra expansão. No pior momento da crise internacional, em 2009, o avanço foi de 14,7%. O melhor: cresce a taxa de dois dígitos desde 2005. O ano passado não foi exceção. Todos os indicadores fecharam no azul, como mostra levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF). O faturamento foi de R$ 115,6 bilhões, alta de 11,9%. O Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 2,3%. 
As redes em operação somaram 2.703, 11,4% a mais do que no ano anterior. Nada menos que 277 novas marcas estrearam no setor, com destaque para Malwee, Le Coq Sportif e Stuppendo. Com elas, o Brasil desbancou os Estados Unidos e ocupou o terceiro lugar no ranking do número de bandeiras do World Franchise Council. Fica atrás apenas da China e da Coréia. Detalhe: das marcas em operação por aqui, 92,4% são genuinamente nacionais, na contramão do que acontece no restante do mundo.
Apesar do bom desempenho, os resultados de 2013 são motivo de preocupação.  Afinal, a expansão de 11,9% no faturamento é a menor dos últimos cinco anos e ficou bem abaixo dos 16% esperados. O cenário econômico é o principal culpado. O setor foi prejudicado por fatores como a elevação da taxa de juros, fraco desempenho do PIB, endividamento das famílias e inflação. Para este ano, a ABF espera evolução de 12% no faturamento, 8% no número de marcas e avanço entre 8% e 10% no total de unidades. 
Mesmo com a necessidade de enfrentar grandes desafios, o setor trabalha com a certeza de continuar na rota do crescimento. "Nós somos o Brasil que dá certo. O modelo é vitorioso e se reinventa frente às adversidades", diz Cristina Franco, presidente da ABF. A expansão física do sistema vai continuar, oferecendo novas oportunidades para os empreendedores. Um indicador levantado pelo Grupo Bittencourt dá a dimensão do espaço a ser conquistado: nos Estados Unidos, cada marca tem, em média, 400 pontos de venda; 25% delas têm de 51 a 500 unidades; e 6%, mais de 501. Entre estas, 2% possuem mais de mil franquias. No Brasil, o número médio é de 40 unidades por marca e apenas dez redes têm mais de mil lojas. O Boticário é a única que supera a marca dos 2 mil, com 3,6 mil pontos de venda.
Além disso, 58,7% das franquias estão instaladas na Região Sudeste, especialmente no eixo Rio/São Paulo. Nos últimos anos, as redes têm investido em outras regiões. Hoje o Norte e o Nordeste têm participação de 14,5% cada e a Centro-Oeste, de 8%. A marcha para o interior também segue inexorável, seguindo o percurso trilhado pelos shopping centers. As franquias estão presentes em todos os municípios brasileiros com mais de 40 mil habitantes, com resultados surpreendentes. "A loja de Altamira, no Pará, vende de R$ 110 mil a R$ 120 mil por mês", revelou Caito Maia, dono da Chilli Beans, no 1º Congresso Internacional de Franchising ABF, realizado em abril, em São Paulo. 
A Chilli Beans faz parte de um seleto grupo de 121 redes que atua no exterior na tentativa de abrir novos mercados e, principalmente, de tornar as marcas conhecidas fora do Brasil. Junto com ela, a Vivenda do Camarão e a Dumont ampliaram a atuação internacional em 2013. Já a  Container Concept, Fabrizio Giannone e a Yogoberry iniciaram as operações em outros países. O vigor do franchising nacional atrai bandeiras de outras nacionalidades e 38 delas chegaram ao Brasil. Entre elas, a Coldwell Banker (imobiliária), Hypoxi (beleza) e 7Camicie (vestuário).
Existem oportunidades em todos os segmentos. "As franquias mais procuradas são as voltadas para o público feminino", diz Filomena Garcia, sócia-diretora da Franchising Store, loja de franquias do Grupo Cherto. Não à toa, a área de Esporte, Saúde, Beleza e Lazer registrou um crescimento de 23,9% no faturamento, o maior do setor em 2013. Ingressaram na área 73 marcas, a exemplo da Essencial Care, Nagis e Body Concept. Já as franquias de acessórios e calçados tiveram expansão de 17,1%, impulsionadas principalmente pela venda de artigos femininos.
"A área de serviços é uma das mais promissoras por oferecer nichos pouco explorados", comenta Lyana Bittencourt, diretora de marketing e desenvolvimento do Grupo Bittencourt. "É o caso das academias, dos serviços para a terceira idade e dos reparos para a casa". Mudanças - para melhor - chegaram ao segmento de alimentação, um dos mais consolidados, que cresceu 16,6%. Ao lado das tradicionais e populares redes de fast-food, começam a aparecer marcas mais sofisticadas como Freddo (sorvetes), Spedini (italiana) e Suplicy (café gourmet).

fonte:http://www.dci.com.br/especial/forte-expansao-id398119.html


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