O futuro das franquias brasileiras está nas cidades pequenas e no exterior

Em discussão durante evento da ABF, franqueadores ressaltam os fatores que levam à expansão do setor


Congresso Internacional de Franchising ABF discute rumos do setor (Foto: Divulgacão)







O futuro do mercado de franquias é a expansão para o interior do Brasil e para grandes cidades de outros países. Essa foi a conclusão da mesa que discutiu o panorama das redes brasileiras durante o 1º Congresso Internacional de Franchising ABF, realizado nesta quinta-feira (24/4) em São Paulo. 
Participaram da mesa Mário Chady, do Grupo Trigo, Eloi de Oliveira, da Flytour, Caito Maia, da Chilli Beans, e Jae Ho Lee, do Grupo Ornatus. Para os empreendedores, o mercado brasileiro ganhou milhões de novos consumidores – e grande parte deles está nas cidades pequenas, com dezenas de milhares de habitantes. As franquias devem se preparar para atender a esse público, carente dos produtos e serviços que são oferecidos apenas em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro.
A Chilli Beans é uma das redes que já explora o interior do país. Segundo Maia, o fundador da marca, as franquias do Acre, por exemplo, têm até indígenas como clientes.
As cidades do interior não têm apenas novos consumidores como atrativo. De acordo com os franqueadores, os custos de aluguel são menores, e o turnover costuma ser baixo – não há tanta oferta de trabalho como nas capitais. Se a franquia tem um bom ritmo de vendas, em nove meses o franqueado consegue ter o dinheiro investido de volta.
A maioria das franquias brasileiras, afirma Oliveira, da Flytour, deveria buscar oportunidades no exterior. Os atrativos são muitos: os custos para abrir uma unidade são menores, e o público tem interesse em produtos e serviços criados no Brasil.
“Os shoppings americanos, por exemplo, ajudam na contratação de mão de obra e até encontram um local adequado para cada tipo de negócio”, diz Maia, que abriu lojas da Chilli Beans nos Estados Unidos.
Os franqueadores, no entanto, alertam que a internacionalização, apesar de atraente, exige estudo e cautela. “É preciso também encontrar alguém no exterior que se apaixone pela marca e pela cultura da rede”, afirma Chady, do Grupo Trigo.
Comunicação
Mas, antes de pensar em expansão, as redes precisam melhorar os processos de gestão, principalmente o de comunicação.
Para os franqueadores, grande parte das redes brasileiras sofre com a falta de diálogo com os franqueados. “Quando isso acontece, é um desastre. A franquia perde clientes e a capacidade de expandir”, diz Lee, do Grupo Ornatus.
Chady, do Grupo Trigo, afirma que as franquias, independentemente do tamanho e do tempo de mercado, devem sempre ter alguém que estude e mude o processo de comunicação com os franqueados.
“Há pouco tempo, eu fazia reuniões para ‘passar as melhores práticas’, e as salas ficavam vazias”, diz. “Quando eu mudei a reunião para ‘escutar as melhores práticas’, os franqueados sempre compareciam.”
Segundo Maia, a falta de comunicação pode acabar com uma marca. Por causa dessa preocupação, ele pega um jatinho em algumas épocas do ano para conhecer as lojas que estão em cidades distantes. “Faço questão de ir a cerca de 250 lojas por ano. Em cada uma delas, converso com o franqueado, os funcionários e os clientes. Se há problemas, resolvemos na hora”, diz.
Existe uma razão para o temor: um franqueado insatisfeito pode causar problemas. E a rede, em vez de ganhar lojas, perde algumas. Ou seja, uma tragédia para um setor que discute sua expansão.
FONTE: http://revistapegn.globo.com/Franquias/noticia/2014/04/o-futuro-das-franquias-brasileiras-esta-nas-cidades-pequenas-e-no-exterior.html

Suite 54