5 indicadores econômicos que os empreendedores devem acompanhar

Em tempos de crise, ficar de olho nos movimentos da macroeconomia é ainda mais importante



Câmbio, inflação, taxa Selic. Muitos empreendedores subestimam a importância e o impacto dos indicadores macroeconômicos no negócio. Em tempos de economia em baixa, é preciso acompanhar com atenção e prever movimentos para não ter prejuízo.

Para especialistas em finanças e economia, a demora em reagir pode ser fatal para as pequenas empresas. “O empreendedor tem que estar ligado ao que está acontecendo na economia e como isso afeta o negócio dele, olhando para o futuro”, diz Maurício Galhardo, sócio-diretor da Praxis Business.

O primeiro passo é observar as finanças e começar a manter uma reserva técnica. “Se depender de recursos bancários, não pode esquecer que a taxa de juros está chegando em um patamar muito alto, que pode ultrapassar a rentabilidade do negócio dele”, afirma Otto Nogami, professor do MBA Executivo do Insper.

1. Inflação
A inflação em março foi a mais elevada para o mês desde 1995. Em 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 8,13%. Isso significa que os preços estão subindo acima do esperado. “Por trás do nível inflacionário há também um aumento de custos de produção, tanto de insumos quanto da remuneração dos funcionários. Esse é um parâmetro importantíssimo porque afeta o custo de produção”, diz Nogami.
Na prática, a inflação ajuda a “medir se as coisas estão indo bem ou não”, diz Galhardo.

2. Taxa Selic
A taxa Selic mostra o que o governo está fazendo para controlar a inflação. O valor é uma média dos juros pagos pelo governo por empréstimos em bancos. “É um ponto importante porque mostra o que o governo está tentando fazer para estabilizar a economia”, afirma Galhardo.
Quanto maior a taxa, mais caro fica o crédito para os consumidores e as empresas. Além disso, com Selic elevada, menos dinheiro circula e isso pode impactar diretamente as vendas.

3. Taxa de câmbio
O dólar atingiu neste ano o maior patamar desde 2003 e oscila na casa dos R$ 3,00. Para quem importa, os efeitos são graves. “À medida que a moeda nacional se desvaloriza o empresário que importa começa a ter impactos sobre custos”, diz Nogami.
Se o empresário repassa este aumento de custo ao consumidor, a demanda pode cair e a inflação ser aumentada. Para os exportadores a notícia é boa. “Se ele tem negociação estabelecida em dólar e vende para fora, está sendo bom”, afirma Galhardo.

4. Endividamento da população
O grau de endividamento da população é medido por vários órgãos, como a Fecomércio. Se o seu negócio é muito dependente de vendas por financiamento, é preciso ficar atento a este indicador. “Se o nível já está alto, mostra que as pessoas não tem como pegar mais crédito no mercado”, diz Galhardo. 

5. Gastos do governo
O que os gastos do governo têm a ver com o seu negócio? O professor do Insper explica: “não pode esquecer que o governo também é um grande consumidor da economia, seja gastando para a manutenção da máquina governamental ou com os vencimentos dos seus funcionários que são participantes do mercado de consumo”.
Gastos elevados, demanda mais aquecida e produção abaixo do esperado desembocam na inflação. “Temos que tomar cuidado com o aumento de demanda sem a evolução proporcional em termos de produção”, diz Nogami.


Por Priscila Zuini

FONTE: http://revistapegn.globo.com/Dia-a-dia/noticia/2015/04/5-indicadores-economicos-que-os-empreendedores-devem-acompanhar.html